O café brasileiro, principal fornecedor da bebida nos Estados Unidos, enfrenta uma alta histórica nas tarifas de importação. A taxa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump coloca sob pressão importadores e pode elevar significativamente o preço pago pelos americanos.
Durante décadas, o café chegava aos EUA praticamente livre de impostos. Agora, produtos essenciais para blends populares estão incluídos na lista com tarifa de 50%, afetando diretamente a rotina de consumo da população.
Preços disparando nas prateleiras
O impacto é duplo: enquanto o objetivo do governo americano é proteger a produção local e gerar empregos, o café não pode ser cultivado em quantidade suficiente nos EUA, tornando o país dependente das importações.
A dependência americana do café brasileiro
O café cresce apenas em regiões tropicais, limitadas a áreas próximas ao Equador. Nos EUA, há cultivo apenas em pequenas regiões do Havaí, Porto Rico e sul da Califórnia, insuficientes para atender às 450 milhões de xícaras consumidas diariamente.
Do total de café consumido no país, cerca de um terço é fornecido pelo Brasil, principal destino das exportações brasileiras da bebida. Entre janeiro e julho deste ano, os EUA importaram 3,713 milhões de sacas, representando 16,8% das vendas brasileiras.
Negociações e estoques dão fôlego
O Conselho de Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informa que, até julho, os estoques de importadores americanos reduziram o impacto imediato do tarifaço, que entrou em vigor em 6 de agosto. "Indústrias americanas têm estoque para 30 a 60 dias, o que dá algum fôlego, mas pedidos de prorrogação podem prejudicar o setor", explica Márcio Ferreira, presidente do Cecafé.
A corrida agora é para negociar a inclusão do café brasileiro na lista de exceções às tarifas, buscando evitar que os consumidores americanos paguem valores exorbitantes e que o mercado seja prejudicado a médio prazo.
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