Três postos de gasolina que operam sob a marca licenciada do Corinthians são de propriedade de empresários que se tornaram alvos de uma megaoperação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
Documentos judiciais detalham a investigação de esquema criminoso bilionário com supostas ligações com o PCC (Primeiro Comando da Capital).
A decisão, emitida pela 2ª Vara Criminal de Catanduva, acolheu um pedido do Ministério Público para apurar o "projeto criminoso" que supera a cifra dos R$ 8,4 bilhões. A investigação aponta para a prática de múltiplos crimes, incluindo lavagem de dinheiro, fraudes tributárias e estelionato.
O terceiro posto está ligado a outros dois alvos da mesma operação: Pedro Furtado Gouveia Neto e Himad Abdallah Mourad. O documento descreve Himad, primo do apontado líder do esquema, como um dos "principais expoentes do grupo criminoso". O nome de Himad também consta no quadro societário de 103 postos ligados ao núcleo investigado.
Pedro Furtado Gouveia Neto, por sua vez, é descrito como representante da GGX Global, uma empresa de serviços administrativos que integra a estrutura da organização criminosa. Ambos também tiveram mandados de busca e apreensão expedidos em seus nomes.
A apuração também ressalta ainda que o PCC se espalhou por toda a cadeia produtiva de combustíveis, utilizando uma vasta rede de postos, e aponta "vínculos objetivos com pessoas potencialmente vinculadas à organização criminosa do Primeiro Comando da Capital".
A parceria com os postos de combustíveis foi divulgada pelo próprio clube em seu site institucional. As inaugurações das unidades que levam a marca "Posto Corinthians" foram noticiadas oficialmente em 2021, 2022 e 2023, sendo estes os únicos estabelecimentos que fazem parte do projeto de licenciamento do time no setor de combustíveis.
Procurado pela reportagem, o Corinthians afirmou que "não é o administrador responsável pelos postos de gasolina citados" e "acompanha com máxima atenção o andamento das investigações".
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