As forças de segurança de Mato Grosso prenderam 14 pessoas por suspeita de participação no assalto a uma agência bancária do Sicredi, em Brasnorte, no noroeste do estado, na quinta-feira da semana passada.
O assalto contou com a participação de policiais militares, empresários e moradores da cidade. Ação de captura dos 14 suspeitos envolveu mais de cem policiais civis e militares. As informações foram divulgadas durante coletiva de imprensa na tarde desta segunda-feira, liderada pelo delegado da Gerência de Combate ao Crime Organizado, Gustavo Belão.
Inicialmente, a polícia pensou que o caso fosse uma ação do chamado "novo cangaço", em que criminosos usam armas potentes para assaltar agências bancárias. Mas a investigação descobriu que o assalto foi planejado por moradores de Brasnorte, entre os quais dois empresários da cidade. O assalto foi planejado no decorrer de 20 dias e os suspeitos fizeram reuniões para determinar o papel de cada um no crime, segundo o delegado.
Funcionários feitos de reféns não sofreram ferimentos. Uma das vítimas foi liberada em um ponto a três quilômetros de Brasnorte e a outra, a dez quilômetros da cidade.
Dois policiais militares foram presos sob suspeita de facilitarem a fuga dos criminosos. De acordo com a investigação, os agentes foram pagos para atrasar deliberadamente o início das buscas aos criminosos, o que pode ter comprometido a captura imediata dos assaltantes. O valor recebido não foi divulgado. A Corregedoria da PM-MT disse que instaurou procedimento administrativo para apurar o caso e adotar as medidas cabíveis.
Dinheiro levado no assalto ainda não foi recuperado. A investigação não divulgou quanto foi roubado, mas a polícia acredita que o valor foi ocultado para dificultar a localização. As investigações continuam para localizar o dinheiro.
Polícia segue em busca do dinheiro e de outros suspeitos. "Normalmente, eles ocultam ou dividem a quantia até que a situação se acalme. Ainda há diligências em andamento porque sempre há mais envolvidos nesse tipo de crime", declarou o coordenador da Coordenadoria de Recursos Especiais, delegado Frederico Murta.
Como os presos por suspeita de participação não tiveram as identidades divulgadas, não foi possível localizar suas defesas para pedir posicionamento. O banco Sicredi não se manifestou sobre o assalto.
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