O MC Poze do Rodo compareceu nesta segunda-feira (20) a uma reunião da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) instalada na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) que apura a suposta relação entre empresas de segurança veicular e a quantidade de automóveis recuperados após roubos no estado.
Poze foi convocado porque teve seu carro roubado e logo depois devolvido, no dia 18 de setembro. Dois amigos de Poze estavam na Land Rover Defender blindada do artista, que foi levada no Recreio dos Bandeirantes, zona sudoeste do Rio. O carro foi deixado com as chaves em um local horas depois.
Um habeas corpus do Tribunal de Justiça do Rio autorizava Poze a optar pelo silêncio. Ele deu uma explicação de quase três minutos sobre o episódio, e atribuiu a devolução do veículo ao alcance de suas redes sociais.
Poze também atribuiu a recuperação do veículo aos detalhes de personalização.
"Por ser o único carro do Rio de Janeiro vermelho por dentro, todo personalizado, e ter meu nome nos bancos. Para mim, ficaria óbvio que depois que eu postasse que meu carro foi roubado, ele ia ser encontrado. E ele não foi encontrado, foi largado", afirma.
O artista de funk disse que seguidores de suas redes sociais deram possíveis localizações do carro. Poze e amigos foram a algumas, mas não encontraram nas primeiras, até que conseguiram recuperá-lo.
Nos minutos de fala, Poze criticou Knoploch. O deputado havia chamado Poze de marginal em um vídeo no dia 19 de setembro. Na gravação, Knoploch questiona a suposta rapidez com que o automóvel foi recuperado.
"Muitas pessoas gostam [de mim], muitas discordam, inclusive o senhor", disse Poze. "Na sua rede social o senhor deixou bem nítido, bem claro, falou, com suas palavras, que eu sou um marginal. Então, creio que o que não tenho por que ficaria dialogando com uma pessoa que me acha uma coisa que eu não sou".
A CPI na Alerj foi instalada em setembro e apura suspeita de relação entre empresas privadas de proteção veicular e cooperativas de seguro e episódios de carros roubados e depois devolvidos no Rio. Knoploch já afirmou em audiências públicas que o número de recuperação de veículos de cooperativas de seguros é maior do que o da PM, que não confirma a informação.
No início do mês, a CPI foi ao complexo penitenciário de Gericinó para colher depoimentos de cinco acusados de participação em grupos de roubo de carros no estado. Representantes de empresas de seguro e proteção veicular também foram convocados em reuniões anteriores.
Ele ficou seis dias preso e foi solto após decisão do desembargador Peterson Barroso Simão, que criticou a forma da prisão do artista. "O paciente teria sido algemado e tratado de forma desproporcional, com ampla exposição midiática", afirmou o magistrado na decisão de soltura.
A defesa alegava que a prisão era desproporcional e que o cantor sempre esteve à disposição da Justiça para colaborar com investigações.
Comentários: