Quase metade dos deputados federais já aposta que o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), será o principal adversário de Luiz Inácio Lula da Silva na eleição presidencial de 2026. É o que mostra nova rodada da pesquisa Genial/Quaest divulgada nessa quarta-feira (2), indicando que 49% dos parlamentares enxergam o ex-ministro da Infraestrutura como o nome da direita na próxima disputa pelo Planalto — alta de 10 pontos percentuais em relação à sondagem de maio de 2024.
Tarcísio tem resistido a se colocar como candidato, alegando que sua prioridade é buscar a reeleição em São Paulo, algo considerado praticamente certo, segundo os números atuais. Mas o crescimento de sua projeção entre congressistas reflete a pressão de partidos de centro e direita, além de setores do empresariado e do mercado, para que ele assuma a liderança do campo oposicionista.
A possibilidade de Michelle Bolsonaro ser a representante da direita perdeu força: apenas 6% dos deputados acreditam que ela será candidata em 2026, contra 15% no ano passado.
O principal obstáculo para a consolidação de um novo nome opositor, segundo os deputados ouvidos, ainda é o próprio Jair Bolsonaro. Apesar de inelegível por duas condenações na Justiça Eleitoral, o ex-presidente insiste em manter seu nome no jogo, apostando numa estratégia semelhante à que o PT usou em 2018, quando registrou a candidatura de Lula mesmo com o petista preso.
A insistência, no entanto, parece perder fôlego. Mais da metade dos parlamentares (51%) defende que Bolsonaro desista de vez da tentativa e abra espaço para outro candidato da direita.
Com o avanço das investigações sobre a tentativa de golpe em 8 de janeiro, aliados do ex-presidente já reconhecem que o risco jurídico é crescente, o que fortalece ainda mais o movimento que tenta alçar Tarcísio ao protagonismo da oposição.
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