A Justiça do Rio de Janeiro absolveu, em primeira instância, os sete réus pelo incêndio do Ninho do Urubu, CT do Flamengo. O caso aconteceu em fevereiro de 2019 e matou 10 jogadores que atuavam na base do clube. Cabe recurso.
O juiz Tiago Fernandes Barros, da 36ª Vara Criminal, considerou a ação improcedente. O processo corre desde janeiro de 2021.
Réus no processo
- Márcio Garotti - Diretor financeiro do Flamengo entre 2017 e 2020
- Marcelo Maia de Sá - diretor adjunto de patrimônio do Flamengo
- Danilo Duarte - engenheiro responsável técnico da NHJ, empresa de contêineres
- Fabio Hilário da Silva - engenheiro responsável técnico da NHJ, empresa de contêineres
- Weslley Gimenes - engenheiro responsável técnico da NHJ, empresa de contêineres
- Claudia Pereira Rodrigues - responsável pela assinatura dos contratos da NHJ.
- Edson Colman - Sócio da Colman Refrigeração, que realizava manutenção nos aparelhos de ar condicionado
MP-RJ havia pedido condenação
O nefasto episódio, que ficou conhecido como "a maior tragédia da história do Flamengo", poderia e deveria ter sido evitado. Na peça apresentada, o MPRJ demonstra, com rigor técnico, como os comportamentos dos denunciados contribuíram para a ocorrência do delito que ceifou a vida de dez adolescentes, afastando completamente a percepção sobre o evento como um acidente inevitável ou uma simples fatalidade Trecho da nota do MPRJ
Bandeira deixou lista de réus
Ex-presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello deixou a lista de réus em fevereiro de 2025. À época, o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) acatou um pedido do MPRJ.
A decisão se deu porque o processo já tinha completado quatro anos, e o ex-mandatário tem mais de 70 anos. Por isso, o tempo para prescrição é reduzido pela metade. Bandeira foi presidente do Flamengo entre 2013 e 2018.
Eram 11 denunciados no caso, inicialmente. O monitor Marcus Vinicius foi absolvido. O engenheiro Luiz Felipe e o ex-diretor da base rubro-negra Carlos Noval tiveram denúncias rejeitadas. O Ministério Público recorreu, mas a decisão foi mantida.
Vítimas
O incêndio no Ninho do Urubu fez 10 vítimas fatais, todas elas atletas da base do clube. Eles tinham entre 14 e 16 anos. Outros três ficaram feridos e tiveram de ser hospitalizados.
O fogo atingiu o contêiner destinado aos dormitórios, durante a madrugada. Naquela noite, 26 meninos dormiam no CT.
As vítimas fatais foram: Athila Paixão, 14 anos; Arthur Vinícius, 14 anos; Bernardo Pisetta, 15 anos; Christian Esmério, 15 anos, Gedson Santos, 14 anos; Jorge Eduardo, 15 anos; Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos; Rykelmo Viana, 16 anos; Samuel Thomas Rosa, 15 anos; e Vitor Isaias, 15 anos.
FLA fechou acordos
O Flamengo fechou 11 acordos com os familiares das vítimas fatais. O último foi selado em fevereiro, com a família de Christian Esmério, que tinha acionado a Justiça. Em fevereiro do ano passado, o clube tinha sido condenado a pagar cerca de R$ 3 milhões aos pais do jogador e ao irmão dele - a decisão do André Aiex Baptista Martins apontava que cada um dos pais de Christian teria direito a R$ 1,412 milhão de indenização, além de uma pensão de R$ 7.000 por mês. Já Cristiano Júnior, irmão do goleiro, teria direito a R$ 120 mil.
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