O Serviço de Hemodinâmica do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Botucatu - Unesp (HCFMB) realizou, pela primeira vez em um paciente do Sistema Único de Saúde (SUS), uma angioplastia coronária guiada por ultrassom intravascular. O procedimento é considerado um avanço significativo nas técnicas de intervenção cardíaca, e permite uma avaliação mais precisa e objetiva das lesões coronárias, obstruções que podem impedir o fluxo de sangue para o coração.
Tradicionalmente, a angioplastia coronária é guiada apenas pela angiografia, técnica que utiliza contraste injetado por cateter para visualizar artérias e suas obstruções. "Com a utilização do ultrassom, conseguimos visualizar como está o interior da artéria. Temos a exata noção do tamanho do stent em relação à artéria com exatidão, o que não conseguimos com a angiografia, que é guiada somente pelo olhar e experiência do examinador", diz o médico cardiologista e coordenador do Serviço, Fábio Cardoso Carvalho.
O primeiro beneficiado pela nova tecnologia via SUS foi um paciente de 70 anos, com histórico de cirurgia prévia para implante de ponte de safena, que apresentava uma lesão coronária moderada (entre 50% e 70%). "O ultrassom intravascular permitiu uma avaliação objetiva, revelando uma área de lesão abaixo do limite crítico de 6mm², confirmando a necessidade do implante do stent", explica Carvalho.
Embora não seja um recurso aplicável a todos os pacientes devido à necessidade de seleção, não só para a otimização dos recursos, mas também pela avaliação do tratamento mais adequado para cada caso, o hospital ressalta que a precisão na análise e no tratamento representa um avanço no cuidado cardiovascular oferecido pelo seu Serviço de Hemodinâmica.
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