O governo federal ressarciu até agora apenas 43% do total estimado de descontos indevidos em aposentadorias e pensões afetadas por fraudes no INSS, segundo apuração do G1. Até o fim de setembro, R$ 1,6 bilhão foi devolvido às vítimas, enquanto o prejuízo calculado pela Dataprev chega a R$ 3,7 bilhões.
A Dataprev enviou os dados à CPMI do INSS, que investiga o esquema de descontos não autorizados feitos por associações em benefícios de aposentados entre 2019 e 2024. No início das apurações, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União estimavam um rombo ainda maior, de R$ 6,3 bilhões.
Os valores pagos até agora somam:
- Conafer: R$ 238 milhões (de R$ 806 milhões em descontos)
* Sindnapi: R$ 129 milhões (de R$ 507 milhões)
* Amar Brasil: R$ 106 milhões (de R$ 325 milhões)
Proporcionalmente, a Rede Ibero-Americana de Associações de Idosos do Brasil (RIAAM) teve o maior índice de restituição, com 70% dos valores devolvidos. A Unibap e o Sintraapi também ficaram acima de 69%. Já entidades como Abrasprev, Cinaap e Sintap tiveram menos de 2% de ressarcimento efetivo.
Entre maio e setembro, foram registradas 5,9 milhões de reclamações sobre descontos indevidos. A Dataprev informou que 1,4 milhão de casos foram respondidos pelas associações, mas 854 mil beneficiários rejeitaram as justificativas apresentadas.
As principais queixas foram de assinaturas falsas, documentos ilegíveis e alegações de que aposentados foram induzidos a erro no momento da adesão. Em mais de 170 mil casos, as vítimas disseram ter assinado papéis sem entender que estavam autorizando descontos.
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