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Farra do INSS atinge governos Lula e Bolsonaro, revela jornal

Nomes ligados tanto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto ao do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram ou se omitiram.

Farra do INSS atinge governos Lula e Bolsonaro, revela jornal
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Uma série de fraudes bilionárias envolvendo descontos indevidos em aposentadorias do INSS provocou um dos maiores escândalos recentes da administração pública federal e já derrubou autoridades de primeiro escalão. Apuração do portal Metrópoles revela que nomes ligados tanto ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) quanto ao do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram ou se omitiram diante do esquema, que operou com força nas duas gestões.

A chamada “farra dos descontos” foi revelada pelo Metrópoles a partir de dezembro de 2023. As reportagens mostraram que entidades conveniadas ao INSS aumentaram exponencialmente sua arrecadação com mensalidades cobradas diretamente na folha de aposentados, sem autorização dos segurados. Num ano, o faturamento das entidades ultrapassou R$ 2 bilhões, mesmo com milhares de ações judiciais apontando fraudes nas filiações.

As denúncias embasaram investigações da Polícia Federal e da Controladoria-Geral da União (CGU), resultando na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril deste ano. A operação levou à queda do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Segundo a apuração, o esquema se manteve durante os dois governos, com participação ativa ou omissa de autoridades. Durante a gestão Bolsonaro, o INSS foi dominado por aliados do Centrão, que abriram caminho para entidades suspeitas. Já no governo Lula, houve aumento expressivo no número de convênios com essas associações, apesar de alertas internos sobre irregularidades.

Em ambos os períodos, entidades anteriormente bloqueadas foram reabilitadas. Auditorias e alertas feitos por órgãos de controle e conselhos do próprio INSS foram ignorados.

Nomes do governo Lula citados no escândalo

Carlos Lupi (PDT) – Ex-ministro da Previdência, pediu demissão nove dias após a operação da PF. Embora não investigado diretamente, foi cobrado por inação diante de alertas feitos desde 2023.

Wolney Queiroz (PDT) – Substituiu Lupi no ministério. Participou de reunião onde o esquema foi denunciado. Como deputado, flexibilizou regras para desconto em folha.

Alessandro Stefanutto (PSB) – Ex-presidente do INSS, afastado e demitido no dia da operação. A PF encontrou anotações com supostas propinas ligadas a seu nome em material de um lobista.

André Fidelis – Ex-diretor de Benefícios, assinou convênios com entidades suspeitas e, segundo a PF, recebeu R$ 5,1 milhões via empresas do filho, advogado Eric Fidelis.

Nomes ligados ao governo Bolsonaro

José Carlos Oliveira (PSD) – Foi ministro e presidente do INSS. Assinou acordos com entidades investigadas e recebeu doações eleitorais de sócios de empresas envolvidas no esquema.

Onyx Lorenzoni (PL) – Ex-ministro da Previdência, citado por receber doação de ex-dirigente de entidade conveniada ao INSS. Negou relação com os envolvidos.

Edson Yamada – Ex-diretor de Benefícios, assinou oito convênios com entidades suspeitas. É sócio de empresa que recebeu dinheiro da Conafer, uma das associações sob investigação.

Virgílio Oliveira Filho – Ex-procurador-geral do INSS, afastado pela Justiça. Teria recebido quase R$ 12 milhões de empresas ligadas a entidades investigadas. Permaneceu no cargo até a operação.

A apuração do Metrópoles detalha que ao menos 38 reportagens do portal foram listadas como base da investigação que motivou a operação da PF. As revelações também impulsionaram pedidos de CPI no Congresso.

A lista de envolvidos, que inclui ministros, ex-diretores e procuradores, evidencia como o esquema atravessou governos e se manteve graças à omissão, permissividade e, em alguns casos, ao favorecimento direto.

FONTE/CRÉDITOS: Jcnet
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