O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem apostado no discurso centrado na justiça social e tributária para justificar o aumento de impostos sobre os mais ricos. A mudança de tom, adotada por Lula, ministros e aliados após a derrubada do decreto que alterava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras), tem causado forte reação no Congresso Nacional e ampliado o desgaste político do Executivo.
A ofensiva do governo tenta reverter a narrativa de que está promovendo uma alta generalizada de tributos. Segundo o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a proposta atingiria apenas “o andar de cima”. Em evento no Palácio do Planalto na segunda-feira (30), Haddad foi direto: “Nós vamos continuar fazendo justiça social, pode gritar, pode falar, vai chegar o momento de debater. Mas temos de fazer justiça no Brasil. Nós não podemos intimidar na busca de justiça", discursou Haddad.
A retórica do Planalto, no entanto, acirrou ânimos no Legislativo. A aprovação do Projeto de Decreto Legislativo (PDL) que anulou o aumento do IOF foi vista como uma derrota simbólica do governo, que agora estuda judicializar o caso no Supremo Tribunal Federal.
A tensão cresce num momento em que o Planalto tenta manter base aliada coesa e minimizar o impacto político da derrota. No Congresso, parlamentares criticam a estratégia de confronto e acusam o Executivo de não dialogar o suficiente.
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