Advogado de Carla Zambelli (PL-SP), Fabio Pagnozzi diz que foi a deputada quem se apresentou à Polícia italiana, em Roma, nesta terça (29), e que isso só comprova a inexistência da necessidade de um processo de extradição.
"A iniciativa reforça a sua inequívoca disposição em colaborar com as autoridades e desmistifica qualquer alegação de que estaria foragida", diz o advogado, em nota. "A apresentação da deputada comprova a inexistência da necessidade de um processo de extradição, uma vez que ela sempre esteve à disposição para os esclarecimentos necessários", prosseguiu Pagnozzi.
Por fim, o advogado afirmou que Zambelli agradece o apoio de seus eleitores e da população brasileira.
As afirmações de Pagnozzi reforçam que o objetivo da defesa é fazer com que Zambelli responda criminalmente na Itália.
A determinação de extradição partiu do ministro Alexandre de Moraes, que ordenou naquele mês a prisão definitiva de Zambelli, em regime fechado, além da perda do mandato de parlamentar. No documento, ele se comprometeu a não submeter a parlamentar a condições degradantes no país.
Presa na Itália
A deputada federal Carla Zambelli foi presa pela polícia italiana na tarde desta terça-feira (29), em Roma. A informação foi confirmada por fontes da Polícia Federal.
A deputada tinha fugido do Brasil logo após ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em maio deste ano, a 10 anos de prisão por invasão aos sistemas eletrônicos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Desde então, ela estava foragida da Justiça brasileira e na lista de procurados da Interpol.
Em nota, a Polícia Federal afirma que "a presa era procurada por crimes praticados no Brasil e será submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário".
"Carla Zambelli está em um apartamento em Roma. Dei o endereço à polícia, e a polícia já está identificando Zambelli", publicou Bonelli na rede X.
Em junho, o deputado havia solicitado ao governo italiano urgência na extradição de Zambelli. À época ele defendeu que não se pode usar a cidadania italiana para escapar de uma condenação.
Outro lado
Em vídeo publicado na internet, o advogado de defesa da parlamentar, Fabio Pagnozzi, afirma que ela decidiu se entregar às autoridades italianas para colaborar administrativamente com os pedidos das autoridades. Segundo ele, Zambelli nunca foi foragida na Itália, mas estava esperando um posicionamento oficial para se apresentar.
No mesmo vídeo, Zambelli afirma que se apresentaria às autoridades italianas e que estava segura dessa decisão.
“Se eu tiver que cumprir qualquer pena, vai ser aqui na Itália, que é um país justo e democrático. Estou segura que, analisando todos os processos de cabo a rabo, eles vão perceber que eu sou inocente."
Porte de armas
Carla Zambelli responde também a um processo criminal no STF. Em agosto de 2023, Zambelli virou ré no Supremo pelo episódio em que ela sacou uma arma de fogo e perseguiu o jornalista Luan Araújo, às vésperas do segundo turno das eleições de 2022.
Até o momento, o Supremo registrou placar de 6 votos a 0 para condenar a parlamentar a 5 anos e 3 meses de prisão em regime semiaberto. No entanto, um pedido de vista do ministro Nunes Marques adiou a conclusão do julgamento.
(*) Com Agência Brasil
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