A China realizou nesta quarta-feira (3) um desfile militar em Pequim para marcar os 80 anos da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial. Oficialmente dedicado à memória histórica, o evento ganhou contornos geopolíticos ao exibir tanques, mísseis hipersônicos, drones, aeronaves e armamentos de última geração diante de líderes estrangeiros como Vladimir Putin, presidente da Rússia, e Kim Jong-un, ditador da Coreia do Norte.
Embora o presidente Xi Jinping tenha reiterado o compromisso com um “desenvolvimento pacífico” e a defesa da cooperação internacional, a grandiosidade da cerimônia deixou claro outro recado: a China deseja ser reconhecida não apenas como potência econômica, mas também como força militar central na ordem mundial.
O contraste entre discurso e prática foi evidente. Enquanto Xi falava em escolhas entre “paz ou guerra” e “cooperação ou confrontação”, o desfile projetava uma imagem de poderio bélico e modernização das Forças Armadas. A presença de Putin e Kim reforçou ainda mais o caráter político da celebração, sinalizando um alinhamento estratégico que desafia o bloco ocidental.
O alcance estimado desse míssil supera 20.000 km, o que praticamente coloca qualquer alvo mundial - incluindo todos os continentes - ao alcance de lançamento a partir da China.
Além disso, o desfile marcou a primeira exibição pública da tríade nuclear completa da China: mísseis nucleares lançados de terra (como o DF-5C e o DF-61), de ar (JL-1) e de submarinos (JL-3)
A demonstração militar, segundo analistas, serve tanto para alimentar a narrativa nacionalista interna quanto para enviar uma mensagem ao exterior: a China não se curvará a pressões e busca afirmar sua soberania em um mundo cada vez mais multipolar.
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