Apesar de enfrentar dificuldades financeiras e acumular um prejuízo bilionário, os Correios destinaram R$ 38,4 milhões a ações de patrocínio desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os recursos foram aplicados em eventos culturais, esportivos e institucionais, com o objetivo de reposicionar a marca da estatal. A informação é da revista Veja.
Entre os principais contratos está o investimento de R$ 6 milhões para associar a imagem da empresa ao festival Lollapalooza, e outros R$ 4 milhões para a turnê "Tempo Rei", de Gilberto Gil — anunciada como a última da carreira do artista. A estatal estima que os shows de Gil, realizados no Brasil, Europa e Estados Unidos, possam alcançar um público total de até 800 mil pessoas.
Outros aportes milionários foram feitos em 2023, incluindo R$ 4,5 milhões para a Confederação Brasileira de Ginástica, R$ 3 milhões aos Jogos Universitários, e R$ 2 milhões à feira Casa Brasil. A lista também inclui valores para eventos regionais, como o Festival de Parintins (R$ 400 mil), a Orquestra Criança Cidadã (R$ 500 mil) e o Festival Coma, em Brasília (R$ 350 mil).
Já em 2024, parte dos recursos foi usada para patrocinar o Funn Festival, também na capital federal (R$ 1,9 milhão), e o São João do Maranhão (R$ 1 milhão). O único patrocínio oficialmente divulgado para 2025, até o momento, é um repasse de R$ 1,3 milhão ao Encontro Nacional de Prefeitos, evento que contou com a presença de Lula.
A atual presidência dos Correios, sob comando de Fabiano Silva dos Santos desde agosto de 2023 — nome ligado ao grupo Prerrogativas e indicado pelo Ministério das Comunicações — defende os investimentos como parte de uma estratégia de recuperação de imagem, após anos de redução de verbas durante o governo anterior, que priorizava a privatização da estatal.
Em nota, os Correios afirmam que os patrocínios fazem parte de um plano de comunicação voltado a consolidar a empresa como competitiva, sustentável e integrada nacionalmente. A estatal, no entanto, fechou o ano passado com um déficit de R$ 3,2 bilhões e enfrenta críticas por suspender os repasses à Postal Saúde, operadora responsável pelos planos de saúde dos funcionários, que acumula um rombo de R$ 400 milhões e teve serviços suspensos em diversos hospitais.
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