A Aena, concessionária que administra Congonhas, planeja retomar no próximo ano as operações internacionais no aeroporto de São Paulo.
A primeira fase da internacionalização está prevista para começar com a aviação executiva, ou seja, com jatinhos. A operação de voos comerciais deve ter início em julho de 2028, quando serão concluídas as obras de ampliação do aeroporto.
Na reestruturação, o número de posições dos aviões no pátio passará dos atuais 30 para 37, com 19 pontes ("fingers") de acesso direto aos aviões ?hoje, são 12.
Segundo Kleber Meira, diretor-executivo do aeroporto, já há conversas com companhias aéreas, inclusive internacionais de voos curtos, que mostraram interesse na retomada de operações para o exterior.
O executivo também disse já ter protocolado o pedido do processo de internalização do aeroporto junto à Secretaria de Aviação Civil, órgão ligado ao Ministério de Portos e Aeroportos, e está em tratativas com a Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) e com outros órgãos, incluindo Polícia Federal, Receita Federal, Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e Vigiagro (Vigilância Agropecuária Internacional).
"Caso a gente consiga isso [aprovações], em 2026 ou 2027 poderemos iniciar voos internacionais num primeiro momento concentrados na aviação geral [executiva] e, em 2028, com a entrega do novo terminal, faremos a operação comercial também", disse Meira, em evento na terça-feira (5) para apresentar a ampliação da sala de embarque remoto do aeroporto, que será aberta ao público nesta quarta.
Em nota, a Secretaria Nacional de Aviação Civil confirmou o início de conversações com Congonhas e disse ter orientado quanto a procedimentos.
Também em nota, a Anac afirmou que ainda não existe processo aberto, mas que para aprovação, a concessionária terá de comprovar anuência dos órgãos de controle de fronteira.
Segundo ele, com a modernização do aeroporto, as novas posições de pátio poderão receber aviões como o Airbus A321neo ou Boeing 737 Max 10, ambos com capacidade para mais de 200 passageiros e maior autonomia de voo.
Com a reformulação nas pontes de embarque e a ampliação da distância para a pista principal, Congonhas poderá receber aviões maiores e com mais capacidade.
Apesar de nova, a ampliada sala de embarque remoto, de onde os passageiros embarcam em ônibus que os levam até os aviões, deverá ser desativada no fim da reestruturação do aeroporto. O espaço definitivo será instalado no hangar tombado que pertenceu à Varig, usado por enquanto pela empresa aérea Gol, localizado ao lado da futura área de embarque direto aos aviões.
Ao fim da reestruturação, segundo Meira, o novo espaço deverá fazer parte da estrutura de desembarque, inclusive dos voos internacionais.
A ampliação, disse Meira, foi possível, entre outros, por causa do aproveitamento de áreas ociosas de Congonhas.
O projeto do entorno do local tem duas salas VIP (uma já aberta e a outra com previsão de inauguração ainda neste ano) e contará com um centro comercial de 850 m².
O local passa a ter 11 estabelecimentos, entre serviços de alimentação, farmácia e livraria. Até então, eram apenas duas lanchonetes.
Há mais espaçamento entre os dez portões, e o total de assentos passará de 213 para 329. Atualmente, cerca de 15 mil pessoas embarcam remotamente em Congonhas por dia.
A meta da empresa é aumentar para 29 milhões o número anual de passageiros que embarcam ou desembarcam no local até o fim da concessão, em 2053 ?no ano passado foram 23,1 milhões.
Atualmente, Congonhas está habilitado a realizar 44 operações de pousos e decolagens por hora. Não há previsão de ampliação do número.
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