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Maria Lucia

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Milei mudará aposentadorias por decreto após fracasso no Congresso, diz jornal

As aposentadorias estão profundamente atrasadas diante da altíssima inflação no país, pela maneira como são calculadas.
Milei mudará aposentadorias por decreto após fracasso no Congresso, diz jornal

Reprodução/@agarra_pala/X

O ultraliberal deve alterar a fórmula de cálculo das aposentadorias por meio de um decreto, e não mais por um projeto de lei.
O ultraliberal deve alterar a fórmula de cálculo das aposentadorias por meio de um decreto, e não mais por um projeto de lei.
 

O cabo de guerra do presidente Javier Milei com o Congresso ganha mais um capítulo na Argentina. O ultraliberal deve alterar a fórmula de cálculo das aposentadorias por meio de um decreto, e não mais por um projeto de lei, após ser pressionado pelos parlamentares, segundo os jornais La Nacion e Clarín.

A Casa Rosada quer que as mensalidades de abril se atualizem pelo IPC (Índice de Preços ao Consumidor) mensal, somado a uma compensação pelos meses anteriores que estaria entre 12% e 15%, muito abaixo da inflação do período. A partir de maio, então, a ideia é que os valores se atualizem unicamente pelo IPC mensal.

As aposentadorias estão profundamente atrasadas diante da altíssima inflação no país, pela maneira como são calculadas. A fórmula atual, determinada na gestão do ex-presidente peronista Alberto Fernández, combina o índice de variação salarial da população e a arrecadação da agência Anses, equivalente ao INSS brasileiro, no trimestre anterior.

 

Por exemplo: o último aumento depositado na conta dos argentinos, em março, levou em conta os números de outubro, novembro e dezembro. Só em janeiro e fevereiro, porém, os preços em geral já subiram mais 34%, comendo fortemente o poder de compra dos aposentados.

Por isso a oposição defende que grande parte do ajuste fiscal que permitiu que as contas do governo ficassem no azul no primeiro bimestre (pela primeira vez desde 2011) "foi pago pelos aposentados e pelas pequenas e médias empresas" que não tiveram reajustes, como disse Elisa Carrió, líder do partido Coalizão Cívica.

Todo mundo concorda que é preciso mudar a fórmula previdenciária atual. Há, porém, fortes divergências entre as diversas forças políticas sobre quais devem ser o novo cálculo e os percentuais de recomposição dos últimos meses que até agora ficaram de fora ?só em janeiro a inflação chegou a 20% e em fevereiro, a 13%.

 

A aposentadoria foi um dos grandes entraves à "lei ônibus", retirada do plenário da Câmara por Milei em fevereiro após discordâncias. Segundo o jornal La Nacion, o governo ainda pretendia que o tema fosse tratado como um capítulo dentro da nova "lei ônibus" que ele está negociando com governadores e legisladores, mas isso demoraria muito.

Então a Casa Rosada passou a ser pressionada tanto pela oposição peronista quanto pela oposição "dialoguista" de centro-direita a discutir o cálculo das aposentadorias o quanto antes. A comissão responsável pelo assunto chegou a impulsionar uma lei por conta própria durante esta quinta.

O governo, então, decidiu se antecipar e avançar por decreto com essa nova fórmula, desenhada pela equipe do ministro da Economia, Luis Caputo. Até a última segunda (18), a gestão negava que fosse fazer a mudança unilateralmente por decreto de necessidade e urgência, o chamado DNU.

 

"Por ora, a fórmula por DNU não é uma alternativa porque acreditamos que o debate é algo que deve ocorrer entre todos os setores, que deve ser dado pela política", afirmou o porta-voz Manuel Adorni na ocasião.

"Claramente a pressão que exercemos desde o Congresso, alertando sobre a situação desesperadora pela qual passam os aposentados e pensionistas, teve seus frutos", celebrou o deputado Maximiliano Ferraro, da Coalizão Cívica, ao jornal local. "O governo já não pôde se fazer de desentendido. Este DNU é um avanço [...], agora lutaremos na Comissão de Previdência pela compensação que falta", disse.

Fonte(s): Jcnet

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