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Pe. Marcelo Rossi

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Kremlin muda tom e diz que nenhum país está imune ao terror

Enquanto a crise do ataque terrorista se desenrola em Moscou, a Rússia voltou a atacar a Ucrânia com mísseis e drones pelo quinto dia
Kremlin muda tom e diz que nenhum país está imune ao terror

Reprodução/Instagram

 Vladimir Putin chegou a sugerir que a Ucrânia estava envolvida no ataque terrorista que matou 137 pessoas em Moscou na sexta (22)
Vladimir Putin chegou a sugerir que a Ucrânia estava envolvida no ataque terrorista que matou 137 pessoas em Moscou na sexta (22)
 

Após o presidente Vladimir Putin ter sugerido que a Ucrânia estava envolvida no ataque terrorista que matou 137 pessoas em Moscou na sexta (22), o Kremlin modulou o discurso nesta segunda (25) e disse que a investigação está em curso e não há certezas. "Até aqui, nenhuma versão foi colocada à frente [das outras]", disse o porta-voz Dmitri Peskov. "Infelizmente, nosso mundo mostra que nenhuma cidade ou país pode estar completamente imune à ameaça do terrorismo."

Ele respondia a questões de repórteres acerca das falhas de segurança que levaram a capital russa a ser atacada novamente após 13 anos, em meio a uma guerra contra seu vizinho, e ao fato de que o grupo terrorista EI (Estado Islâmico) ter assumido o atentado contra a casa de shows Crocus City Hall.

Peskov se recusou a comentar, alegando que era tema para os investigadores. No sábado (24), 11 pessoas foram presas, inclusive os quatro suspeitos de serem os atiradores que dispararam contra 6.200 pessoas na plateia que esperava um show de rock. Há ainda 182 pessoas feridas.

 

O EI divulgou vídeos com detalhes da ação. Na mesma sexta, dia em que o Kremlin pela primeira vez usou oficialmente a palavra guerra para descrever a invasão da Ucrânia em 2022, o FSB (Serviço Federal de Segurança, na sigla russa) havia evitado um ataque do grupo contra uma sinagoga de Moscou.

Putin foi por outro caminho ao comentar o caso no sábado. Disse que os atiradores estavam a caminho da fronteira ucraniana, onde seriam recebidos. Ele não apresentou provas da acusação, mas redes sociais russas começaram a divulgar diversas suposições de laços entre Kiev e os terroristas.

Os EUA, que haviam alertado duas semanas antes acerca do risco de um atentado em Moscou, reafirmaram sua crença na culpa do EI e criticaram a Rússia. Nesta segunda, o presidente francês, Emmanuel Macron, que vive uma fase de atrito forte com Putin, disse que acusar Kiev era "cínico e contraproducente".

 

Nesta segunda, a porta-voz da chancelaria russa, Maria Zakharova, questionou em entrevista ao jornal Komsolvoskaia Pravada a versão americana. Disse que Washington pode ter evocado o "bicho-papão" do EI para proteger os "protetores" dos terroristas na Ucrânia.

No domingo (24), os quatro acusados de executar a ação foram apresentados à Justiça para prisão de dois meses até o julgamento. Eles estavam bastante machucados, e vídeos da polícia vazados em redes sociais mostraram ele sendo agredidos - um deles teve um pedaço da orelha cortado e enfiado em sua boca.

Peskov se recusou a comentar a questão dos maus-tratos aos presos. "Eu deixo essa pergunta sem resposta. Preferiu elogiar o FSB, foco de críticas devido ao ataque, dizendo que os "serviços de segurança lutam para proteger a Rússia".

 

Bombardeios
Enquanto a crise do ataque terrorista se desenrola em Moscou, a Rússia voltou a atacar a Ucrânia com mísseis e drones pelo quinto dia seguido. A onda é uma retaliação pelos bombardeios e incursões de Kiev contra a região de Belgorodo na semana que antecedeu a reeleição de Putin, no domingo retrasado (17).

A intensidade foi menor. Apenas dois mísseis balísticos foram lançados contra a capital ucraniana, causando contudo bastante estrago. As Forças Armadas afirmam ter abatido as armas em sua etapa final de ataque, quando atingiam 7.500 km/h, e os destroços atingiram em cheio edifícios.

Ao menos cinco pessoas ficaram feridas, e o presidente Volodimir Zelenski voltou a pedir mais recursos de defesa aérea para o Ocidente, particularmente sistemas americanos Patriot, os mais eficazes já enviados a Kiev.

 

O fim de semana foi marcado por uma escalada na violência de lado a lado no conflito. A Ucrânia fez um ataque inédito em intensidade a Sebastopol, a cidade da Crimeia anexada que sedia a Frota do Mar Negro russa. Disse ter danificado dois navios importantes de transporte de tropas e equipamentos, além de aviões e um centro de comunicação.

Já a Rússia manteve os ataques múltiplos com mísseis de longo alcance, enquanto em solo tomaram mais uma pequena cidade no leste ucraniano, que corre o risco de uma ofensiva maior quando o verão do hemisfério norte permitir operações terrestres plenas, sem lama. Um dos mísseis violou o espaço aéreo da Polônia por alguns segundos, gerando alarme no belicoso vizinho da Ucrânia.

Fonte(s): Jcnet

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