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Jovem Testemunha de Jeová deixa seita e celebra descobertas; ASSISTA

'Quando quis sair, entrei numa crise existencial muito profunda, porque pensei: 'esse tempo inteiro acreditei numa mentira? Fui enganada?',
Jovem Testemunha de Jeová deixa seita e celebra descobertas; ASSISTA

Reprodução/bru.freiberger/TikTok

A jovem conta que, após deixar a comunidade, aos 16 anos, sentiu-se livre para experimentar 'coisas simples' como celebrar o próprio aniversário.
A jovem conta que, após deixar a comunidade, aos 16 anos, sentiu-se livre para experimentar 'coisas simples' como celebrar o próprio aniversário.
 

A ex-testemunha de Jeová Bruna Lays Freiberger, de 21 anos, tem usado o TikTok como ferramenta para compartilhar histórias de quando pertencia à comunidade. Ela conta coisas simples que fez quando deixou o grupo e responde aos questionamentos dos usuários, que demonstram muita curiosidade sobre o tema.

Natural de Pomerode, Santa Catarina, a jovem é formada em Marketing, conquista que obteve depois que foi estudar em Blumenau, quando já estava fora do grupo, já que os TJ (Testemunhas de Jeová) não incentivam seus membros a cursarem ensino superior. Ela vivia com os pais e o irmão mais novo, em Pomerode, hoje, vive em Blumenau com o namorado.

 

"Quando quis sair, entrei numa crise existencial muito profunda, porque pensei: 'esse tempo inteiro acreditei numa mentira? Fui enganada?", relatou Bruna num dos vídeos.

"Sempre gostei de estudar e não acreditava na teoria da evolução, meu sonho era fazer faculdade, mas testemunhas de Jeová não fazem porque isso aumenta o senso crítico. Quando você estuda, seu mundo se expande, óbvio que ninguém é incentivado a fazer faculdade", contou.

Pequenas descobertas
A jovem conta que, após deixar a comunidade, aos 16 anos, sentiu-se livre para experimentar "coisas simples" como celebrar o próprio aniversário, comemorar o ano novo "sem peso na consciência", viajar com o namorado, comer ovo de Páscoa e entrar num templo de outra religião.

 

O despertar
Freiberger, que descreveu sua antiga condição como "uma irmãzinha muito exemplar, perfeitinha", passou a questionar as práticas da comunidade durante a adolescência. Entre as questões que a inquietaram, estava a proibição de celebrar aniversários e a incapacidade de denunciar casos graves, como abusos sexuais, à Justiça secular.

Ao conhecer o atual namorado, com quem está há sete anos, perdeu o medo de fazer uma busca independente sobre as práticas da Testemunha de Jeová.

Ao explorar um fórum online dedicado aos TJ, descobriu relatos de quem desejava sair da comunidade, além de discussões sobre temas como interpretações bíblicas, crenças, processos judiciais envolvendo a organização e escândalos que não eram divulgados nas congregações.

 

Outra razão que a fez querer abandonar a seita foram os momentos dramáticos que enfrentou. Aos 13 anos, passou por uma comissão judicativa, na qual foi julgada por três homens adultos. O processo envolveu questionamentos invasivos sobre sua intimidade, experiência que ela descreve como humilhante.

Houve também um episódio doloroso relacionado à morte de sua avó. Um membro da família, também TJ, sugeriu que a morte da avó estava relacionada à tristeza causada pelo afastamento da jovem da comunidade.

Hoje, a ex-Testemunha de Jeová expressa desacordo com a interpretação bíblica da comunidade, regras impostas pela organização e padrões morais que exigem um isolamento total do mundo exterior. Suas experiências a levaram a questionar não apenas as práticas da comunidade, mas também a validade das crenças bíblicas em si.

 

Seita
Freiberger também explica num dos vídeos porque a TJ é considerada uma seita. Este conteúdo já teve quase 700 mil visualizações.

Ela menciona pontos que fazem da TJ uma seita, como não poder votar, pois "aguardam a vinda do verdadeiro governante, que é Jesus", e não poder cantar o hino nacional, que é visto como idolatria à bandeira, ao estado. Além disso, a comunidade decide hábitos, costumes e até o tipo de informação que pode ser consumido pelos membros.

Outro ponto mencionado é o fato de que, na TJ, a Justiça da comunidade vale mais do que a secular. Bruna, então, dá o exemplo em que uma vítima de estupro da seita não deve reportar o crime à polícia, mas aos ansiãos, que poderão decidir, por exemplo, que ela deve perdoar o criminoso.

 

Fora do rebanho
Como em muitas seitas e religiões, os que permaneceram no rebanho não mantêm contato com a "ovelha desgarrada". À reportagem da SAMPI, Bruna contou que tinha vários amigos entre os TJ, "pessoas que cresceram comigo e que me viram crescer. Como eu não fui desassociada (até onde eu sei), eles podem falar comigo, mas não falam. Eu sou 'afastada' e 'mau exemplo".

"Não sinto falta de nada ali do meio, tenho certeza que fiz a escolha certa para minha vida ao deixar de frequentar", acrescentou.

Recado
Questionada se teria algo a dizer aos que fazem parte da comunidade, mas sentem dúvidas sobre permanecer nela, a profissional de Marketing diz o seguinte: "Meu recado para quem está em duvida se sai ou nao das TJ, é que pesquise sem medo. Existe o site Fórum Ex-Testemunhas de Jeová, que reúne vários relatos e discussões interessantes sobre a Bíblia e as crenças, alem de falar sobre os escândalos de acobertamento de pedofilia".

 

"Também gostaria de falar que a vida e a felicidade fora da Torre é possível. Não é como eles querem que todos acreditem, que só as testemunhas de Jeová são verdadeiramente felizes. Existe muito amor, amizade e alegria aqui fora", concluiu.

Fonte(s): Jcnet

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