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Foguete Vulcan estreia em missão que pode levar ao 1º pouso de espaçonave privada na Lua

Com o Vulcan, substituto imediato dos prestigiados Atlas 5 e Delta 4, operados pela mesma companhia, a ULA espera voltar a dividir o mercado
Foguete Vulcan estreia em missão que pode levar ao 1º pouso de espaçonave privada na Lua

Reprodução/ULA

O foguete Vulcan Centaur, um modelo nunca antes lançado desenvolvido pela United Launch Alliance
 

Com o lançamento nesta segunda-feira (8) na Flórida, estará todo mundo de olho naquela que pode ser a primeira espaçonave privada a realizar um pouso bem-sucedido na Lua. Mas, do ponto de vista comercial imediato, a grande atração é mesmo o foguete.

Trata-se do novo lançador da ULA (United Launch Alliance), joint venture das gigantes Boeing e Lockheed Martin, empresa que dominou o mercado americano de lançamento de satélites, sobretudo os militares, até a ascensão da SpaceX, no fim da década de 2010.

A estreia teve início às 4h18 (horário de Brasília), quando o foguete deixou a base no Cabo Canaveral.

 

Com o Vulcan, substituto imediato dos prestigiados Atlas 5 e Delta 4, operados pela mesma companhia, a ULA espera voltar a dividir o mercado com a SpaceX, de Elon Musk. O foguete já tem contrato para cerca de 70 lançamentos nos próximos anos.

A exemplo do Atlas e do Delta, o veículo de dois estágios pode ser equipado com até seis propulsores auxiliares de combustível sólido, para aumentar a capacidade de transporte ao espaço.

A grande novidade são os motores do primeiro estágio, modelo BE-4, movidos a metano e oxigênio líquidos. Desenvolvidos pela Blue Origin, companhia espacial de Jeff Bezos, eles são um produto 100% americano ?uma resposta da ULA à crescente animosidade entre EUA e Rússia. Seu antecessor imediato, o Atlas 5, usava motores RD-180 fabricados pela empresa russa NPO Energomash, que consumiam querosene e oxigênio líquido. Com a mudança, os americanos passam a ter duas empresas com grandes lançadores totalmente nacionais qualificados para missões de defesa.

 

Resta saber se o Vulcan deve desempenhar a contento ?o que começará a ser testado com esse primeiro lançamento? e se ele pode competir em custo com seu concorrente imediato, o prodigioso (e parcialmente reutilizável) Falcon 9, da SpaceX.

Tory Bruno, CEO da ULA, mantém segredo sobre o preço de um lançamento com o novo Vulcan, mas um contrato já firmado com o Pentágono dá uma pista: 11 lançamentos fechados por US$ 1,3 bilhão (o que dá US$ 118 milhões por voo). Em acordo similar, o Departamento de Defesa contratou com a SpaceX dez lançamentos por US$ 1,23 bilhão (US$ 123 milhões por voo). Ao menos na largada, é uma briga boa. Mas por quanto tempo?

É uma aposta razoável que a SpaceX tenha margem para baixar seus preços diante da emergente concorrência, o que pode não ser verdade para a ULA. Por agora, o Vulcan é um foguete à moda antiga ?totalmente descartável. A companhia tem planos para recuperar e reutilizar os motores do primeiro estágio, ejetando-os do foguete e resgatando-os no mar. Mas uma implementação do plano ainda está distante.

 

De toda forma, os EUA dão boas-vindas ao novo lançador, que assegura acesso independente ao espaço mesmo que o concorrente tenha um problema que o obrigue a interromper os voos. E uma ótima maneira de promovê-lo é com uma missão inaugural chamativa, com uma viagem à Lua.

Pegar carona em um foguete em seu voo inaugural parece uma ideia um tanto quanto arriscada. Mas risco é a palavra-chave das missões lunares privadas que virão por aí, a começar pela PM1 (Peregrine Mission 1).

O módulo de pouso desenvolvido pela companhia Astrobotic, de Pittsburgh, foi um dos primeiros a fechar contrato com a Nasa para o transporte de cargas úteis à Lua. O plano da agência espacial civil dos EUA é fomentar um mercado lunar, com empresas prestando serviços de transporte para múltiplos clientes, dos quais a Nasa seria apenas um.

 

Com efeito, a PM1 está levando 21 cargas úteis, das quais apenas seis são da Nasa. Entre os dispositivos da agência, estão sensores para detectar a presença de água, dióxido de carbono e metano no solo, bem como caracterizar a dinâmica desses compostos voláteis durante um dia lunar. Um sensor de radiação também estará a bordo, assim como um conjunto retrorrefletor de laser, usado para medir a distância de espaçonaves (ou mesmo da Terra) até a superfície lunar.

Diversos países também estão embarcados. A Agência Espacial Mexicana conduz o projeto Colmena, que consiste em cinco minirrobôs de 60 gramas que vão explorar o solo lunar. Caso funcione, o México vai se tornar o primeiro país da América Latina e ter um equipamento científico na Lua.

Empresas de Seychelles e dos EUA vão promover iniciativas ligadas à criptomoeda Bitcoin, e a Astroscale, do Japão, enviará uma cápsula com mensagens de 80 mil crianças colhidas no mundo todo.

 

A Universidade Carnegie Mellon, dos EUA, por sua vez, embarcou um pequeno jipe, o Iris Lunar Rover, e duas companhias americanas estão oferecendo serviço funerário lunar - enviando porções de cinzas de clientes em celebração de suas vidas. A Elysium Space deixará as amostras na Lua junto ao módulo de pouso Peregrine. Já a Celestis - empresa pioneira em missões do tipo, que lançou as primeiras cinzas humanas ao espaço em 1997 num foguete Pegasus - terá duas missões memoriais: uma no pequeno Peregrine, indo à Lua, e outra no segundo estágio do Vulcan, que permanecerá em espaço profundo em uma órbita ao redor do Sol.

Vários projetos artísticos estão embarcados, como a MoonArk da Universidade Carnegie Mellon e a galeria de arte digital da Lunar Mission One, ambas americanas. Repositórios de dados que possam sobreviver por um longo tempo na Lua também estão entre as cargas úteis da PM1.

Uma vez lançada ao espaço, resta saber se ela conseguirá realizar sua alunissagem de forma suave. As duas tentativas privadas anteriores, com o grupo israelense SpaceIL, em 2019, e com a empresa japonesa ispace, em 2023, fracassaram. Se tudo correr bem, o Peregrine da Astrobotic pode se tornar a primeira missão particular bem-sucedida à superfície lunar, em 23 de fevereiro. Isso se o lançamento da Intuitive Machines, de Houston, por ora programado para meados de fevereiro, em uma trajetória mais direta, não chegar primeiro.

 

Em ambos os casos, a Nasa tem cargas úteis embarcadas. Para os dois, ela sabe que não há garantias de sucesso. Mas a aposta é que a insistência e o aprendizado com cada missão acabem por gestar uma era de exploração comercial intensa da Lua, levando a ciência e pesquisa espacial de carona.

Fonte(s): Jcnet

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