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Dengue: sem vacina, Padilha sugere ‘medidas preventivas’ contra falta de leitos

Em entrevista exclusiva à Rede Sampi, ministro afirmou que havia organização criminosa dentro do governo de Jair Bolsonaro
Dengue: sem vacina, Padilha sugere ‘medidas preventivas’ contra falta de leitos

Sampi Nacional

Ministro Alexandre Padilha destacou a importância do SUS  na luta contra a dengue e tratamento dos pacientesMinistro Alexandre Padilha destacou a importância do SUS na luta contra a dengue e tratamento dos pacientes
 

O Brasil, um dos países que foi mais fortemente afetado pela pandemia de Covid-19 nos últimos anos, agora enfrenta uma nova batalha, desta vez, contra a dengue. Em entrevista exclusiva concedida à Rede Sampi, que reúne os maiores veículos de comunicação digital do interior paulista, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, médico experiente, sugeriu que as equipes médicas adotem medidas preventivas para evitar internações desnecessárias e identificar precocemente casos graves de dengue. É um caminho para tentar evitar a sobrecarga nos sistemas de saúde e minimizar a superlotação dos leitos hospitalares, situação agravada pela falta de vacinas.

Dois imunizantes foram aprovados pela Anvisa (Agência de Vigilância Sanitária), para públicos específicos. A primeira, chamada de Dengvaxia, desenvolvida e produzida pelo laboratório francês Sanofi Pasteur desde 2015, só pode ser administrada em pacientes entre 9 e 45 anos que já tiveram dengue. Sem indicação para o público geral, é oferecida apenas em clínicas particulares.

A segunda, Qdenga, foi desenvolvida pela farmacêutica japonesa Takeda Pharma e está aprovada desde março de 2023. Foi incorporada ao SUS em janeiro deste ano e passou a ser oferecida em unidades públicas de saúde a partir de fevereiro, mas apenas em algumas cidades, para públicos específicos. Foram selecionados inicialmente 521 municípios, onde a situação é mais grave, para receber as 1.235.119 doses do imunizante. A explicação para a baixa distribuição é a falta do produto: o laboratório japonês ainda não consegue produzir quantidades suficientes para atender todo o país.

 

Padilha disse que, aliado ao trabalho de eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, que estão predominantemente dentro das casas das pessoas, o primeiro atendimento médico deve buscar necessariamente identificar os sinais de gravidade no caso de dengue para, desta forma, evitar uma superlotação de leitos hospitalares. “Medidas simples que os profissionais de saúde podem fazer, como a prova do laço e verificação da hidratação, salvam vidas no caso da dengue. É preciso verificar essa situação para não dar alta para o paciente e ele voltar muito mais grave depois, precisando de um leito”, disse.

Prevenção
Para o ministro, os municípios devem atuar enfaticamente na mobilização da comunidade, contando principalmente com o trabalho dos agentes de saúde e dos meios de comunicação na busca por eliminar os criadouros do mosquito. “É muito importante os municípios divulgarem cada vez mais as ações e medidas preventivas”, disse.

Ele se vale de um trecho da música “Sol de Primavera”, de Beto Guedes, para ilustrar como deve ser o combate aos criadouros. “Sobre a dengue, sempre cito o trecho de uma música, ‘a lição nós sabemos de cor, só nos resta aprender’. O enfrentamento à dengue começa dentro da casa das pessoas, pois 75% dos criadouros do mosquito estão dentro de casa.”

 

Padilha lembra, ainda, da necessidade de seguir a ciência na orientação da informação. “Uma coisa muito grave que tivemos durante a pandemia da Covid-19 foi o monte de fake news sobre tratamento que não funcionava, conduta que não funcionava, sobre respeito com as pessoas, campanhas contra a vacina. É muito importante que os municípios sejam promotores das medidas com evidência científica para combater uma doença.”

‘Governo anterior não aproveitou potencial do SUS’
Alexandre Padilha destacou a importância do SUS (Sistema Único de Saúde) na luta contra a dengue e tratamento dos pacientes e citou que "se há um país que tem um sistema público que pode dar uma resposta efetiva a qualquer pandemia, é o Brasil".

Neste contexto, o ministro afirmou que um dos erros graves do governo anterior foi não aproveitar todo o potencial do SUS para lidar com a Covid-19. “Se o presidente anterior tivesse respeitado a ciência, as diretrizes da OMS (Organização Mundial da Saúde) e aquilo que o SUS sabe fazer, nós teríamos poupado centenas de milhares de vidas na pandemia.”

 

‘Derrotamos o ‘Trump dos trópicos’
Sobre a onda conservadora global e a possível volta de Donald Trump ao poder nos Estados Unidos, Padilha abordou o contexto nacional, destacando a derrota daquele que chamou de "Trump dos trópicos", o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e a vitória do presidente Lula (PT) nas eleições de 2022. Segundo ele, a vitória de Lula salvou a democracia brasileira.

“Está cada vez mais claro e evidente que o ex-presidente da República tinha montado uma organização criminosa dentro do Palácio do Planalto que tentou um golpe de estado no país”, afirmou, citando feitos que, segundo ele, demonstram o momento atual de esforço e união para reconstrução do país. “A melhor forma de enfrentar essa organização criminosa que existia no governo brasileiro e que tentou um golpe é melhorar a vida das pessoas, e é a isso que estamos dedicados, inclusive em poder ter, no estado de São Paulo, independentemente dos partidos políticos do governador, ou dos prefeitos, o maior plano de investimentos de infraestrutura na área da saúde, educação, da melhoria da vida nas cidades.”

Entre os exemplos, ele menciona que o governo federal já garantiu a retomada do aumento do salário-mínimo, a isenção do imposto de renda para quem ganha dois salários-mínimos e a consequente redução do IR (Imposto de Renda) para quem ganha de dois a cinco salários-mínimos. “O programa Desenrola zerou a situação de dívida de várias famílias. Em 2023 nós terminamos como maior aumento de renda salarial do país desde o Plano Real. Retomamos quase cem novos mercados para exportação de produtos agrícolas brasileiros no primeiro ano”, comemora.

 

‘Quando Lula viaja, não é para contrabandear joias’
Durante a entrevista exclusiva para o portal Sampi, o principal articulador político do Palácio do Planalto afirmou também que o presidente Lula tem feito viagens internacionais buscando abrir novos mercados para aquecer o desenvolvimento econômico do país, e que não vai “a passeio”.

“Quando o presidente Lula viaja a um país, ele não está indo lá (somente) visitar aquele país, ou para roubar joias, pegar ou contrabandear joias, como a gente viu (em alusão ao governo anterior). Ele tem ido para abrir novos mercados para vender produtos que são produzidos em nosso país, inclusive no interior de São Paulo. São quase cem novos mercados abertos, significando o recorde em nossa balança comercial de vendermos e exportarmos mais do que importamos”, afirmou Padilha.

Fonte(s): Jcnet

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