Agora

José Antonio

14:00 - 16:00

Notícia

Barroso propõe debate nacional para discutir política de drogas e segurança

Ele evita usar, no entanto, a palavra 'descriminalizar': 'Não é meu papel definir isso. Acho que essa é uma questão legislativa. O que nós p
Barroso propõe debate nacional para discutir política de drogas e segurança

Arquivo/Agência Brasil

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso
 

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, afirmou nesta quarta (17) que pretende organizar um evento no Conselho Nacional de Justiça para debater a política pública para drogas levando em conta segurança.

"Penso em organizar um grande evento, talvez no Conselho Nacional de Justiça, para nós repensarmos e debatermos a questão da segurança pública no Brasil e a questão das drogas no Brasil sem preconceito, sem superstição, com criatividade, com originalidade e o que seja bom para o Brasil sem copiar modelos alienígenas", declarou.

Ele evita usar, no entanto, a palavra "descriminalizar". "Não é meu papel definir isso. Acho que essa é uma questão legislativa. O que nós precisamos fazer é debater essa questão", disse.

 

O problema do narcotráfico transnacional e a deterioração da segurança pública dominou um painel sobre América Latina do qual Barroso participou na manhã desta quarta durante o encontro anual do Fórum Econômico Mundial de Davos, na Suíça.

Ao seu lado estavam o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, e a chanceler do Equador, Gabriela Sommerfeld, que representa Quito porque o presidente Daniel Noboa cancelou sua presença após a onda de violência que eclodiu no país.

Petro defendeu a descriminalização como solução para a violência, que a seu ver deriva da "desigualdade territorial" que prevalece no continente e da política antidrogas americana, militarista.

 

Embora Barroso também veja desigualdades e escravidão nas raízes da violência na região, ele ressaltou o papel dos problemas crônicos da educação no país e também criticou, no painel, a visão progressista.

"O pensamento progressista sempre negligenciou a segurança pública, em alguma medida em razão da pobreza e da desigualdade. Mas pobre também precisa de segurança", afirmou.

Barroso apontou uma disseminação do problema de segurança no país, notadamente na região amazônica. "O Brasil corre risco de perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado", disse a jornalistas.

 

"Existe a criminalidade ambiental de extração ilegal de madeira, de mineração ilegal, de grilagem de terras, de queimadas, mas já agora também passou a ser a rota do tráfico, de modo que o Brasil precisa se conscientizar de que nós temos que ter uma política de segurança pública mais abrangente. Isso repercute sobre o Poder Judiciário e é uma preocupação relevante que eu tenho."

Ele propõe "equacionar com ousadia e criatividade, a questão das drogas".

"Essa é uma guerra que nós estamos perdendo. De modo que não importa a visão de cada um sobre o endurecimento da repressão ou sobre as experiências de legalização que há em outros países. Seja qual for o caminho que se escolha, nós temos que partir do pressuposto que o que nós estamos fazendo não está dando certo."

 

Seu foco, segundo ele, é o tráfico e a maneira como ele captura comunidades inteiras, mais do que os usuários. "Essa talvez seja a maior violação dos direitos humanos do Brasil. Uma família trabalhadora e honesta não conseguir educar os seus filhos em uma cultura de honestidade porque sofre a concorrência desleal do tráfico, que coopta muitas vezes esses jovens."

Além do painel sobre América Latina, o ministro, que participa do evento pela primeira vez neste ano, também estará em painéis sobre a Amazônia ?ele defende um papel de liderança para a América Latina em temas ambientais? e a inteligência artificial.

Fonte(s): Jcnet

Comentários

Últimas notícias

08 Mai
Política
Polícia apura se máquinas de pelúcia são programadas para 'errar'

Há indícios de que dispositivos são programados para liberar prêmio somente após determinado número de jogadas

08 Mai
Política
Inscrições para concurso da PM terminam nesta quarta-feira

São oferecidas 2,7 mil vagas para soldado

08 Mai
Política
TSE determina efetuação do juiz eleitoral de garantias em 60 dias

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) estabeleceu nesta terça-feira (7) um prazo de 60 dias para que os tribunais regionais eleitorais

Esse site utiliza cookies para melhorar sua experiência de navegação. Ao continuar o acesso, você concorda com nossa Política de Privacidade. Para mais informações clique aqui.